A Ceia Quinhentista nas memórias da Néma

Feira Quinhentista. Tenho a certeza que quem foi à Ceia se fará presente.

Mais uma vez fez-se história. A partir do momento em que ficou decidido em reunião, fazermos a Ceia Quinhentista no Largo do Pelourinho, arregaçámos as mangas e durante 5 dias, o nosso pós-laboral passou a ter Aldeia Galega como destino. Orgulho-me de sublinhar que somos um grupo coeso, em que as tarefas são distribuídas segundo as nossas competências e potencialidades, e todas as sugestões são bem-vindas, todos trabalham pelo mesmo objetivo.

Durante estes dias, lavámos loiça, transportámos cadeiras, mesas, cepas para os grelhados, rosmaninho, fardos de palha, manutenção das tochas e tudo o que necessitávamos para este dia tão especial.

Depois da cozinha montada e canalizações feitas, dispusemos as mesas de forma estratégica, para que o Rei pudesse interagir com todos os convidados. Depois das mesas postas e o espaço decorado, a Ceia começou a ganhar forma.

O sábado começou às 8h, focamo-nos na logística da cozinha e na preparação dos manjares. Depois de tudo preparado e assadores com brasas feitas, os responsáveis pelos assadores começaram a assar tudo, para que fossem para a estufa, a finalidade seria servir todos os presentes, sem demoras.

Mas surgiu uma questão, não era viável levarmos as terrinas da sopa ou levarmos a tigelas nas mãos, como tal, surgiu uma ideia que foi logo posta em prática, fez-se uma padiola, para que levasse a grande panela de ferro.

O repasto foi servido por plebeus, de forma ágil e alegre, de forma a chegar a todos, sem deixar ninguém em espera. Saímos em cortejo e depois de servirmos o Rei, íamos aos convidados.

A Ceia decorreu tal como esperávamos, posso dizer que o objetivo foi superado. Vivenciámos o quotidiano medieval com o contato de sabores cores e sons, caraterísticos da época, com a participação de todos trajados `a época.

Não posso deixar de mencionar a animação, a música e a dança do ventre, que acompanhou a Ceia do princípio ao fim. O que tornou o ambiente ainda mais acolhedor.

Um dos pontos altos deste dia, foi o cortejo, em que cumpridas as hierarquias, percorremos as ruas desta tão emblemática aldeia, por três vezes.

O feedback de todas as pessoas com quem tenho falado, é muito positivo, o que nos dá força para continuarmos.

A expetativa era grande, não apenas nossa, mas também de todos os que tornaram este dia tão fantástico, e que participaram nesta recriação histórica.

No próximo ano teremos a tão esperada Feira Quinhentista. Tenho a certeza que quem foi à Ceia se fará presente.

É importante celebrar a vasta história, as tradições e as suas gentes.

Néma Correia