Meia centena de visitantes inauguraram a segunda iniciativa preparatória da Feira Quinhentista da Aldeia Galega da Merceana que terá lugar já nos próximos dias 15,16 e 17 de Junho. Depois da 2ª Ceia Quinhentista que teve lugar no passado mês de Abril, evento que envolveu uma centena de comensais, realizou-se com sucesso a 1ª Visita Guiada que levou os participantes a percorrer de forma entusiástica becos, vielas, praças, monumentos e espaços repletos de simbolismo para uma terra que se orgulha da sua história e do seu património.
Oriundos principalmente da freguesia mulheres, homens e crianças de todas as idades juntaram-se a visitantes de outras terras de Alenquer e dos concelhos limítrofes num roteiro que à primeira vista não indiciaria grandes surpresas. Este à priori não se confirmou e foi com alguma curiosidade que os primeiros becos foram percorridos à luz de luz artificial. Como adiantou João Filipe Pereira, que participou ativamente na organização das atividades “O percurso começou na Praça do Pelourinho que foi o ponto de encontro dos participantes. A visita seguiu para a mina d’água da rua das Ulmeiradas onde foi realizada uma simulação de um encontro de namorados. Ela vai à água, ele regressa do trabalho e o encontro tornou-se inevitável”.
Os archotes num beco com saída
Os visitantes foram sistematicamente orientados para os aspetos históricos e culturais mais relevantes da Aldeia galega da Merceana e momentos houve em que se falou da origem da vila, das suas dimensões, dos seus limites e ainda da forca. João Pereira recordou os passos seguintes: “Seguiu-se até ao painel, por um beco que algumas pessoas até da freguesia reconheceram nunca lá ter passado, sendo iluminados por archotes. No painel tivemos a representação de uma debulha do milho por jovens da freguesia e foram comentadas as atividades rurais da região”.
E continuando ”Subiu-se até à Praça do pelourinho passando pelos arcos onde teve lugar um encontro com a rainha. Neste local foram destacados acontecimentos históricos daquela época, a arquitetura, a simbologia do pelourinho e a história da Casa da Rainha. Nesta zona visitámos ainda o interior da Igreja da Misericórdia e foi relembrada aos presentes o percurso das Misericórdias ao longo dos séculos”.
Património religioso
O grupo seguiu para a Capela do Espírito Santo onde foi relembrada a importância do culto do espírito santo nesta região. Recordemos que foi naquele local que o culto teve início. Por sua vez o caráter arquitetónico da capela foi valorizado pelo Guia, membro da comunidade e professor de profissão.
“No final falou-se de tradições recorrendo às crianças da freguesia que ilustraram as situações relacionadas com a espiga e com o pão-por-deus. No final, o grupo entrou na igreja Nossa Senhora dos Prazeres onde ficou a conhecer o valor daquele património religioso”, concluiu o jovem relator.
Depois da visita foi organizado um convívio que contou com gastronomia da terra com pratos e iguarias como a sopa da pedra, o pão de forno a lenha, arroz doce e muitos outros alimentos e sabores.
Uma experiência a repetir
A visita foi sucesso e os visitantes, quer os que não conheciam bem a terra quer para os habitantes da terra, gostaram do evento. Foi muito valorizada a participação das gentes mais novas da freguesia que animaram a iniciativa.
“Muitos referiram que a visita foi uma experiência muito agradável pois pareceu uma conversa entre amigos. Todos terão aprendido algo mais sobre a época quinhentista” finalizou o nosso jovem cronista de serviço.
Um balanço muito positivo atendendo ao fato dos objetivos terem sido cumpridos nomeadamente aquele que visava dar a conhecer quer a feira de Junho quer a terra como museu vivo na Noite Europeia dos Museus da DGPC (património cultural).
Carlos Ribeiro e João Pereira, 20 de Maio 2018
Fotografias, créditos – João Filipe Pereira