Rita Reis, rainha nas artes de pintar e bordar

Na Praça do Pelourinho, na ex-igreja que agora é espaço cultural da Santa Casa da Misericórdia da Merceana, a Feira Quinhentista acolhe uma exposição. Desta feita, os trabalhos expostos são diversificados e com uma composição e uma ocupação do espaço pouco habitual. Encontramos pinturas a óleo e a guache, bordados a meio ponto, garrafões pintados, objectos reciclados e reutilizados. Um sem fim de materiais e de propostas que a sua autora Rita Reis declara ser apenas o resultado de um hobby.

Rita começa por nos dizer que é uma anónima, em tom de brincadeira, claro. Vinda do Arneiro, realiza a sua primeira exposição nesta Feira Quinhentista, porque foi convidada para o fazer pela organização. Está a tomar consciência que o seu trabalho tem valor e consequentemente admite que a exposição dos seus trabalhos pode ser um primeiro passo.

Depois de uma experiência na Universidade Sénior de Alenquer e de umas primeiras pinturas no Museu João Mário chegou à conclusão que precisava do seu próprio espaço e decidiu trabalhar em casa. Numa base autodidacta desenvolveu as suas próprias habilidades e concretizou vários projectos, alguns deles a pedido de familiares.

Apresentou, depois de nos falar das pinturas e dos quadros contendo bordados em meio ponto, uns garrafões pintados com o CR7 que foram mal acolhidos pela filha na ocasião. Hoje, diz ela “É uma artista!”, e fica a convicção que pelo menos a produção artística sendo popular tem ainda o mérito de agregar a família em torno de um projecto que acaba por ser de todos.

Vale a pena darem uma olhadela a esta exposição com profundas raízes locais e sobretudo conversar com a Rita. A sensibilidade que ela tem para as artes também a tem para a conversa.

Carlos Ribeiro | Caixa de Mitos – 15 de junho 2019

Fotos @ CR | Caixa de Mitos